Funcion�rio com defici�ncia destaca acolhimento da empresa

22/02/2018 14:30:00

Jovem recebeu equipamentos especiais para continuar trabalhando ap�s acidente

Funcion�rio com defici�ncia destaca acolhimento da empresa

Aconteceu ontem em Blumenau, no Sesi, a primeira aula com os 33 alunos beneficiados com um curso de Tecnologia Inclusiva para pessoas portadoras de deficiência.

Os custos são patrocinados pelo Seprosc, sindicato das empresas de TI de SC e pelas empresas Senior e GOVBR.

A aula contou com palestras de três pessoas com deficiência, que falaram sobre a importância da qualificação profissional para ajudar na realização pessoal de cada um.

Um dos palestrantes foi Marcelo Krause de Matos.

Marcelo sofreu acidente de moto há três anos, quando tinha 24 anos.

Hoje ele é paratleta e participa do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.

Marcelo se transformou num case de sucesso da medicina, dando palestras até mesmo para o INSS.

Depois de dois anos sem movimentar o braço direito, teve parte dele reconstruído por médicos em Florianópolis e recebeu uma prótese interna na perna esquerda.

Isso permitiu a ele voltar a andar normalmente, além de recuperar parte dos movimentos do braço que estava paralisado.

 

FORMAÇÃO

Marcelo é graduado em Administração com Ênfase em Finanças, faz graduação em Administração Municipal pela UFSC e pós-graduação em Gestão Pública Municipal pelo IFSC.

 

ACOLHIMENTO PELA SENIOR

Marcelo tem sido convidado a dar palestras sobre a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

Ele usa o próprio caso como exemplo e destaca a importância da empresa onde trabalha, a Senior, uma das maiores desenvolvedoras de software do Brasil, com sede em Blumenau.

Quando sofreu o acidente, Marcelo era assistente de faturamento na Senior.

Depois de dois anos e meio afastado, com o sucesso da operação, declinou da possibilidade de se aposentar por invalidez e decidiu voltar ao mercado de trabalho.

Foi readmitido pela Senior na mesma função.

A empresa providenciou mesa, cadeira e equipamentos especiais para que ele pudesse exercer suas atividades normalmente.

“O acolhimento pela empresa foi muito importante. Fui valorizado profisisonalmente, tive a chance de retomar minhas funções normalmente. A empresa compreendeu que mesmo eu tendo uma deficiência, poderia continuar contribuindo com meu trabalho e dedicação. Sou visto lá dentro como uma pessoa normal, um colega com a mesma capacidade que os demais, apenas com algumas restrições”.

 

MUDANÇA DE CULTURA

Marcelo participa de várias atividades e instituições relacionadas à deficiência, acessibilidade e inclusão.

Ele vê avanços na maneira como as pessoas e as empresas veem o portador de deficiência:

“Sinto que as coisas mudaram bastante. Hoje as empresas procuram ser inclusivas, os funcionários passaram a considerar normal a convivência com quem tem deficiência. Agora é preciso estimular pessoas com deficiência a muitas vezes saírem de seu recolhimento para buscar oportunidades. Em muitos casos isso é possível”.

 

INSERÇÃO SOCIAL

A iniciativa de formar 33 pessoas com deficiências tem por objetivo preencher vagas disponíveis em empresas de TI.

O presidente do Seprosc, João Luiz Kornely, destaca que as empresas do setor têm tido dificuldade em encontrar pessoas com deficiência que estejam capacitadas a fazer determinadas funções tanto em programação quanto em suporte e atividades administrativas:

“Muitas pessoas com deficiência se sentem desvalorizadas e se recolhem. Fizemos uma campanha de divulgação para que essas pessoas se apresentassem para receber uma qualificação. Depois de frequentar o curso muitas delas com certeza serão recrutadas pelas empresas de software”.