Veja como cooperativas de cr�dito podem mudar o Brasil

14/08/2018 07:00:00

Economias mais desenvolvidas t�m forte presen�a de organiza��es do setor

Veja como cooperativas de cr�dito podem mudar o Brasil
Moacir Krambeck, da Ailos: cooperativismo de cr�dito vai criar nova realidade financeira

Por Carlos Tonet
Editor do Noticenter

 

Em fase de constante crescimento e consolidação, as cooperativas de crédito devem experimentar uma expansão ainda maior nos próximos anos.

Diversos candidatos à presidência têm falado em estimulá-las como forma de desconcentrar o segmento bancário, forçando uma maior competitividade em serviços, taxas de juros menores e rendimentos maiores, estratégia que já vem sendo aplicada pelo Banco Central.

Novas regras e estímulos fazem com que as cooperativas de crédito cresçam em média 20% ao ano, contra 16% dos bancos.

Um fator importante para a consolidação das cooperativas de crédito foi a instituição do Fundo Garantidor exclusivo para o setor, em 2014

A segurança é a mesma dos bancos tradicionais, com garantia de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.

O Noticenter conversou com Moacir Krambeck, presidente do Ailos (ex-Cecred), sistema que congrega 13 cooperativas de crédito, entre elas Credifiesc, Credecelesc e Viacredi, a maior cooperativa de crédito do Brasil em número de associados, com mais de 400 mil cooperados.

Ele afirma que a menção às cooperativas de crédito por presidenciáveis é uma novidade e demonstra um acerto na aplicação da política econômica.

 

Confira as declarações de Moacir Krambeck ao Noticenter:

  1. As cooperativas de crédito no Brasil contam com 9 milhões de cooperados. Trata-se de um volume baixo, correspondente a apenas 4% da população brasileira

  2. A meta é chegar a 30% dos brasileiros. Quando atingirem esse patamar, as cooperativas irão mudar com certeza a forma de pensar dos brasileiros

  3. O cooperativismo financeiro é um grande aliado do governo para o crescimento econômico

  4. Para que o Brasil volte a crescer o governo precisa diminuir sua dívida interna, demanda atitudes como: reforma da previdência, reforma tributária e a reestruturação do setor público, transferindo o dinheiro gasto com o déficit para as obras de infraestrutura, saúde e educação

  5. O Banco Central no Brasil vem sendo bastante liberal no desenvolvimento das cooperativas e é importante que o novo presidente dê sequência e contribua para estimular ainda mais o cooperativismo de crédito

  6. Um fator importante para a consolidação das cooperativas de crédito foi a instituição do Fundo Garantidor exclusivo para o setor, em 2014

  7. A segurança é a mesma dos bancos tradicionais

  8. Cada CPF ou CNPJ tem garantidos R$ 250 mil em caso nos depósitos e aplicações no caso de liquidação de uma cooperativa.

  9. Para acessar essa garantia, a cooperativa de crédito precisa contribuir com o Fundo Garantidor

  10. Todo o sistema é fiscalizado pelo BC, por conselhos de administração, conselhos fiscais e auditorias independentes

  11. As gestões são cada vez mais profissionalizadas, com Diretorias Executivas

  12. As auditorias incluem as atividades e resultados em duas áreas: operacional e balanço

  13. A função das cooperativas é desconcentrar a renda e impulsionar a economia

  14. Uma das funções das cooperativas é a educação, para que as pessoas se preocupem em poupar para o futuro. Somente no Sistema Ailos, 480 mil pessoas passaram por esses e outros cursos, como: qualidade de vida, empreendedorismo, cooperativismo, teatros, palestras etc em 2018

 

DADOS DO MERCADO

  1. A diferença entre os valores cobrados pelas cooperativas em relação aos bancos é muito vantajosa para o cooperado

  2. O cheque especial dos bancos cobra juros de 11% ao mês. Nas cooperativas os juros são de 5,5% em média

  3. Para crédito pessoal os bancos cobram 6% ao mês. As cooperativas cobram 2,1%.

  4. Parcelamento no cartão de crédito: bancos cobram 15% ao mês em média, contra 5% das cooperativas.

  5. No futuro as cooperativas irão estabelecer os preços como aconteceu em países onde tem forte presença, forçando o sistema bancário a baixar seus preços

  6. As cooperativas de crédito são muito fortes nos países mais desenvolvidos economicamente. Na Alemanha o número de cooperados é de 28 milhões. Isso  corresponde a 35% da população. Nos Estados Unidos valor percentual é ainda maior. O número de cooperados é de 120 milhões de pessoas, valor que corresponde a 40% da população

  7. Existem vários modelos mundiais de cooperativismo financeiro: destaque ao alemão e o americano

  8. No modelo americano todas as regulações normativas ficam a cargo do sistema cooperativo, independente do Banco Central. A criação de uma nova cooperativa, por exemplo, precisa de autorização do sistema cooperativo. O Banco Central Americano não fiscaliza nem audita as cooperativas

  9. No modelo alemão, o sistema é supervisionado diretamente pelo Banco Central. Uma nova cooperativa precisa de autorização do sistema e do BC, que audita e fiscaliza diretamente o sistema

  10. O Brasil adotou o modelo alemão, em que as atividades são supervisionadas e auditadas diretamente pelo Banco Central

  11. Existem 1,2 bilhão de pessoas associadas a cooperativas no mundo todo. Deste total, 270 milhões estão vinculadas às cooperativas de crédito, sendo que quase metade estão nos Estados Unidos, a maior economia do planeta

  12. As cooperativas não têm fins lucrativos. Elas não existem para gerar lucros, mas para gerar oportunidades