Por Ana Paula Dahlke
Redação Noticenter

Uma rotina de pelo menos três vídeos semanais de diversos assuntos, com destaque para um: intercâmbio, fez com que o canal do Youtube da publicitária Michelle Alves, 25 anos, de Blumenau, se consolidasse como o maior do país sobre o tema atualmente.

Desde 2014, ano em que começou a aventura através de uma agência para uma experiência de Au Pair no Estados Unidos, ela produz conteúdos com foco em tudo o que um intercambista precisa saber.

Em quatro anos, acumula 15 países visitados, pouco mais de 270 mil inscritos em seu canal no Youtube e mais de 70 mil seguidores no Instagram. Os números a tornaram uma youtuber, e também, influenciadora digital.

Levando isso como profissão, muitos se perguntam como pessoas que se dedicam a gravar vídeos se sustentam financeiramente. Numa conversa, pude entender também esse universo recente.

A primeira denominação traz para ela a oportunidade de remuneração através de um sistema de monetização que leva em consideração fatores como número de inscritos, pessoas que visualizam e curtem, ou através de anúncios segmentados em seus vídeos no Youtube.

A segunda ocupação, influência digital, diz respeito a um nicho que vem sendo bastante explorado por marcas e serviços de diversos segmentos do mercado.

Considerando que por ter um número de seguidores considerável nas redes sociais, ela fechou parceria com marcas como The Body Shop (cosméticos, produtos de beleza e perfumes), Melissa (do setor calçadista), entre outras sinergias mais efêmeras, para divulgar os produtos e garantir mais uma possibilidade financeira.

“No início foi mais difícil, eu fazia um estágio ao mesmo tempo que fazia o canal quando voltei ao Brasil. Apenas no fim de 2016 que eu me dediquei exclusivamente ao que eu queria. Com o tempo, o desenrolar de parcerias foi fluindo. É um trabalho que no começo você vai mais atrás das marcas. Hoje em dia, eu recebo uma vez ao dia pelo menos a solicitação de um orçamento, mas nem sempre fecha. Há casos, por exemplo, que eu crio um projeto para marca X, apresento a proposta e torço para dar certo”.

Para quem acha que é apenas ligar uma câmera e começar a falar, Michelle conta que existe toda uma preparação e roteiro para que o produto final seja entregue com a qualidade que tem:

“A partir da minha experiência com viagens que já fiz e as que vou planejando, procuro pesquisar sobre um lugar que eu quero falar para o meu público. Há um treinamento antes da gravação definitiva para saber mesmo se é o que eu quero falar, como tornar aquela informação de uma forma mais natural, enfim, vai do roteiro, gravação, edição até divulgação, levando em média três dias cada vídeo”.

Além da rotina de trabalho, que também inclui viagens mais locais e participação em eventos, ela procura desenvolver outras atividades como pintar aquarela, andar de bicicleta, assistir séries, fazer pilates, entre outros, sempre acompanhada e apoiada de sua namorada Bruna Gurske. Um pouco desses assuntos mais pessoais também estão em vídeos de rotina ou stories diários que ela produz em suas redes.

Próximos passos

Entre os países que ela deseja muito conhecer está a Austrália, África do Sul, Alemanha, Espanha e Nova Zelândia. Os planos para este ano da Michelle estão, em forma de vídeo, clicando aqui.

All Veg Food, o novo negócio

Durante o primeiro intercâmbio, a youtuber se tornou vegetariana (consumação de alimentos apenas de origem vegetal), e chegando por aqui, adotou a dieta vegana, que extingue qualquer alimento ou produto de origem animal.

Essa tendência ela repassa em seus conteúdos nas redes sociais como forma de conscientizar e inspirar seus seguidores a adotarem outros estilos de vida também.

“Não sou o tipo de pessoa que fica impondo algo ao público, gosto de mostrar que existe outras formas de alimentação e estilos. Se você diminui o consumo de carne de 5 para 2 vezes por semana, está ótimo, tudo deve acontecer de forma natural. Além disso, antes de cortar insumos com carne totalmente, é interessante ter um acompanhamento de um profissional nutricionista, eu mesma tenho periodicamente”, conta.

Recentemente, o veganismo virou negócio. Criado por ela e membros de sua família, o All Veg Food nasceu com a proposta de oferecer ao público vegano, e para aqueles que querem experimentar também, a opção tanto para eventos pontuais quanto em locais que queiram disponibilizar aos clientes as opções veganas. De acordo com o The Economist, matéria lembrada por Michelle logo no fim da conversa, 2019 é o ano do vegano. Vale conferir cada detalhe no @allvegfood