Por Ana Paula Dahlke
Redação Noticenter

O Conselho Regional de Administração de Santa Catarina (CRA/SC) empossou Paulo Sérgio Jordani como presidente para gestão da entidade em 2019/2020.

Durante os dois anos, ele representará mais de 32 mil registrados, entre administradores, tecnólogos, estudantes e empresas que atuam no campo da Administração no estado.

Em entrevista ao Noticenter, ele destacou alguns de seus planos e falou sobre os desafios da profissão no cenário atual. Confira abaixo: 

Quais são as ações prioritárias do CRA/SC na sua gestão? 

Paulo Sérgio Jordani​: As ações para o biênio 2019/2020 são dar continuidade ao processo de profissionalização da gestão do CRA/SC com a implantação do sistema de gestão de riscos, aperfeiçoamento dos Business Inteligence, ampliação dos controles internos e melhoria da comunicação. 

Em relação às ações externas voltadas aos nossos registrados, vamos continuar com as ações de fiscalização do exercício da profissão, atuação forte e pontual nos editais de contratação de funcionários públicos nas áreas privativas do administrador. Vamos expandir para todo o estado a atuação das câmaras setoriais. Hoje temos a câmara de gestão pública, gestão privada e formação profissional que já são exemplo de atuação na promoção do nosso conselho nas áreas para as quais foram criadas.

Vamos trabalhar no desenvolvimento da câmara do CRA/Jovem que abrirá um importante canal de comunicação com os futuros profissionais da administração. Continuaremos vigilantes em relação a profissionalização da gestão pública, solicitando aos gestores públicos que nomeiem profissionais com formação em administração para os cargos típicos da nossa área.

Como avalia o papel do administrador frente a crises que se instalam tanto no cenário local e até mesmo nacional? 

Paulo Sérgio Jordani​: Durante os últimos anos, realizamos várias campanhas mostrando que a crise que se instalou no Brasil era uma crise oriunda da falta de ética na gestão e falta de capacidade por parte dos gestores que eram nomeados por critérios puramente políticos. Hoje percebemos que nossa bandeira está, finalmente, sendo vista e as novas práticas estão começando a aparecer. Isso é bom para o profissional da administração que está tendo aos poucos a sensação de que pode mudar o Brasil pela ética e pelo conhecimento que adquiriu na academia.

A tecnologia impactou de alguma forma a profissão? 

Paulo Sérgio Jordani​: As novas tecnologias são ferramentas que, se bem interpretadas e implantadas, podem ser importantes para o desenvolvimento da sociedade. No entanto, cabe salientar que, a atividade de gestão torna-se cada vez mais importante nesse contexto já que é o administrador o responsável por dar vida a tudo isso. Nossa profissão está se tornando fundamental para compreender esse mundo em transformação. Se o nosso profissional estiver atento, será o verdadeiro agende de mudança.

A falta de um administrador, que possui na bagagem conceitos e práticas da profissão, pode levar até mesmo ao fechamento de uma empresa, por exemplo. Como contornar situações como essa?

Paulo Sérgio Jordani​: A atividade empreendedora exige um feeling para o negócio, isso é indiscutível. No passado o empreendedor lidava com variáveis plenamente controláveis, basicamente ele cuidava do caixa. Hoje, em um mundo complexo, as variáveis são muito voláteis, incontroláveis e exige dele novas competências. Como é quase impossível reunir todas essas competências em uma única pessoa, o empreendedor acaba utilizando os serviços de especialistas nas áreas de estratégia, marketing, gestão e pessoas, finanças entre outras. O administrador, formado para isso deve se apresentar e solucionar os problemas enfrentados pelos empreendedores.

Qual o futuro da profissão? Há alguma discussão na entidade e mesmo entre os profissionais? O que está em xeque no campo da Administração?

Paulo Sérgio Jordani​: O mundo moderno “embaralhou” as competências pessoais e redesenhou os campos de atuação profissional de tal forma que, é visível a invasão do espaço ocupacional de algumas profissões. No entanto, ao ser formado, qualquer profissional precisa entender que o seu espaço deverá ser conquistado com competência e não apenas pelo uso de uma lei que garante o exercício da profissão.

O administrador tem um campo de atuação muito extenso e precisa se especializar em uma área para fazer a diferença, mas sem deixar de compreender o ambiente mais amplo. Eu acredito que não haverá extinção de profissões, haverá sim, uma reformulação das atribuições e isso deve ser muito bem monitorado pelos conselhos profissionais para que possamos garantir nosso espaço.

Como se destacar como profissional na área? O que um bom administrador deve ter ou levar em consideração para ter relevância no mercado?

Paulo Sérgio Jordani​: Há uma máxima aplicada à nossa vida profissional: “não importa o que você vai ser ou fazer na vida, o importante é você ser bom naquilo que faz” Pra mim essa é a garantia de que um profissional será reconhecido no mercado. Hoje temos muitas escolas excelentes na formação de Administradores, o mundo é um grande laboratório e o aluno tem a possibilidade de se experimentar nesse grande laboratório durante a sua formação. O bom da nossa profissão é que o laboratório está disponível desde o primeiro dia de aula.