Entrevista com Tatiana Schreiner, palestrante do 12� Knowledge Cities World Summit

14/10/2019 07:00:00

Evento que acontece entre os dias 4 e 7 de novembro, em Florian�polis

Entrevista com Tatiana Schreiner, palestrante do 12� Knowledge Cities World Summit

Tatiana Schreiner, uma das palestrantes do 12º Knowledge Cities World Summit (KCWS), a reunião da cúpula mundial das cidades do conhecimento que se encontra pela primeira vez no Brasil, detalha o conceito de cidade inteligente.

O assunto será discutido em uma das plenárias Desenvolvimento Baseado em Conhecimento em Florianópolis do evento que acontece entre os dias 4 e 7 de novembro, em Florianópolis, por iniciativa do Sistema Fecomércio/SC em parceria com o Sebrae SC.

Confira abaixo a entrevista: 

O que é uma cidade do conhecimento ou inteligente?

Tatiana: Atualmente, a compreensão compartilhada sobre a “smart city” ou cidade inteligente é a de uma área urbana que integra a tecnologia da informação e comunicação (TIC) e vários dispositivos físicos conectados à rede para otimizar a eficiência das operações e serviços aos cidadãos. No entanto, conforme o termo foi sendo estudado - essas variações de título/marca ocorreram como resultado de diferentes interpretações sobre como deveria ser uma cidade ideal e quais políticas deveriam utilizar para sustentar o crescimento. Tal reflexão e preocupação foi o que nos inspirou a criar o termo CHIS para o laboratório de pesquisa - LabCHIS que vem estudando o conceito de uma forma mais ampla, sobre Cidades mais Humanas, Inteligentes e Sustentáveis na UFSC.

 

Estamos muito longe de conquistar esses títulos para as cidades?

Tatiana: Ainda tem muito trabalho pela frente. De qualquer forma, quando uma quantidade expressiva de atores - governo, empresas, sociedade civil e academia - tiverem a percepção de que é a partir do conhecimento gerado, utilizado e compartilhado que iremos produzir riqueza, desenvolvimento sustentável, cultura e justiça social para todos, então teremos construído uma cidade realmente “inteligente". Minha percepção é que estamos caminhando nesta direção.

 

Florianópolis pode ser considerada inteligente e sustentável?

Tatiana: Florianópolis é uma cidade que possui uma parte significativa da sua economia baseada no conhecimento por meio do desenvolvimento do seu ecossistema de inovação, constituído por dois parques científicos, tecnológicos e de inovação, duas das principais incubadoras brasileiras, pré-incubadoras, ambientes maker e aceleradoras, além de diversos atores da iniciativa privada e de governo. Segundo o Tech Report, o setor tecnológico da cidade faturou R$ 6,7 bilhões em 2018. A capital é a segunda colocada no ranking nacional de startups por habitantes, atrás apenas de São Paulo. Ainda assim, não é possível considerá-la inteligente e nem sustentável em função de aspectos essenciais pertinentes às dimensões social, ambiental e de governança que ainda demandam por maior atenção e investimentos entre todos os atores da sociedade. 

 

O que você vai apresentar na plenária do KCWS 2019: "Desenvolvimento Baseado em Conhecimento em Florianópolis"?

Tatiana: Esta sessão plenária irá exibir, de forma inédita, durante o Knowledge Cities World Summit, a reunião da cúpula mundial das cidades do conhecimento que pela primeira vez se reúne no Brasil, os resultados de um minucioso estudo das práticas de desenvolvimento urbano baseadas no conhecimento de Florianópolis. Os palestrantes vão se concentrar na elaboração dos fatores de sucesso - junto com as principais barreiras e desafios - na transformação da cidade em um centro inteligente de inovação.