Coronav�rus e o futuro das empresas

18/03/2020 12:00:00

Artigo de Fernando Cascaes, advogado no Cavallazzi,Andrey, Restanho e Ara�jo Advocacia

Coronav�rus e o futuro das empresas

Por Fernando Cascaes
Advogado no Cavallazzi,Andrey, Restanho e Araújo Advocacia

 

 

Escolas fechadas, restaurantes e bares operando apenas com sistema de entregas; pessoas trabalhando em home office e se abastecendo sem saber quando as condições de vida voltarão ao normal; afastamento social e ruas vazias; enfim: um roteiro típico de Stephen King. Assim está sendo o cotidiano da população mundial em razão da pandemia do novo coronavirus, conhecido como COVID-19.

 

O COVID-19 tem dominado a pauta da imprensa e da política mundiais, alterando com uma velocidade incrível a forma como nos comunicamos, interagimos, nos locomovemos e trabalhamos. Além disso, tem provocado efeitos ainda desconhecidos e incognoscíveis na economia mundial.

E não estou falando isso apenas em virtude dos efeitos que sentimos imediatamente, como a queda nas bolsas, por exemplo, mas, principalmente, em razão da interrupção prolongada das cadeias de suprimentos que podem levar as empresas a situações de crise ou até mesmo à possível falência.

 

A súbita disseminação do COVID-19 por todos os continentes tem afetado as cadeias de suprimento de matéria-prima e a força de trabalho, maximizando os efeitos da crise econômica das empresas, obrigando-as a reavaliarem seus fornecedores de matérias primas e o modo de trabalho de seus colaboradores.

A situação atípica tem requerido medidas igualmente atípicas. Porém, caso a pandemia continue crescendo, com a necessidade cada vez maior de afastamento social e quarentenas de nações inteiras, haverá a interrupção dos mais básicos bens e serviços que normalmente produzimos.

Não apenas as fábricas fecharão suas portas ou navios deixarão de ser abastecidos. Haverá um choque global de suprimentos básicos e um colapso na economia mundial.

É um tipo de recessão/depressão diferente do até aqui vivenciado pela economia global.

 

Não é uma verdade absoluta afirmar que a economia irá demorar a se recuperar.

 

Mas é certo dizer que para haver recuperação existirá a necessidade de se adotar medidas extraordinárias por parte de governos, devedores e credores, como medidas de renegociação de dívidas (recuperação judicial e extrajudicial, por exemplo), facilitação para a obtenção de crédito, medidas de transferência de renda, parcelamentos e prorrogação de pagamento de tributos, etc..

Só assim será possível vencer a calamidade econômica que está por vir.