O v�rus, as organiza��es e as pessoas

18/05/2020 10:55:00

​Artigo de Leandro Silveira, CEO da Cottonbaby

O v�rus, as organiza��es e as pessoas

Leandro Silveira

CEO da Cottonbaby

 

As organizações sempre seguiram à risca a máxima de que o cliente deve estar no centro das atenções. A pandemia chegou e com ela todas as máximas e certezas que existiam até então precisaram ser postas em perspectiva. Quem deve estar no centro das atenções hoje? Eu digo que os clientes continuam ali, mas todas as pessoas que se envolvem de alguma forma com a empresa também são protagonistas deste novo mundo que aos poucos começa a emergir. 

 

Em meio à pandemia, nossas prioridades foram alteradas – e o futuro deverá ser diferente do que vivemos até hoje. Não significa que as organizações vão deixar de vender ou buscar atender demandas do mercado. A geração de empregos e desenvolvimento exige que todo empresário busque a sustentabilidade do seu negócio a longo prazo. Nos novos tempos, porém, há uma variável na equação do gestor: que contribuição posso dar para a sociedade?

 

Ter as pessoas como prioridade implica em ampliar o raio de visão, olhar para o entorno. Movimentos como o #nãodemita surgiram com este viés. Os problemas virão. Mas, antes de cortar um posto de trabalho, há de se avaliar melhor o cenário e entender se outras medidas não poderiam surtir o mesmo efeito. 

 

Na indústria que administro, decidimos repensar até a linha de produção, apesar de atuarmos em um segmento (higiene e beleza) que não foi atingido tão profundamente pela crise quanto outros. Na prática, ampliamos as entregas de itens essenciais, deixando em segundo plano outros itens, até mais lucrativos para a companhia. Também começamos a pensar no desenvolvimento de produtos na linha de assepsia, atendendo uma necessidade urgente da população em se prevenir.

 

Em breve, todos esperamos, a pandemia vai passar e encontraremos uma forma de vencer ou conviver com o vírus. Estou convencido que o mundo não será o mesmo daqui pra frente. Pode levar um tempo, mas o vírus da solidariedade vai se espalhar cada vez mais, não com a mesma rapidez do atual, talvez um pouco mais lentamente, mas de forma inevitável.