Crise tem maior impacto em neg�cios liderados por empreendedores seniores

12/06/2020 10:15:00

Crise tem maior impacto em neg�cios liderados por empreendedores seniores

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que empresários seniores são mais afetados pela crise do que os jovens.

Foram entrevistados 10.384 empresários, entre 30 de abril e 5 de maio.

A pesquisa mostrou que entre os entrevistados com 56 anos ou mais, 51% fecharam seus negócios temporariamente.

Cerca de 45% dos empresários de até 35 anos optaram pela mudança de rumos do segmento em que atuam. 

A amostragem também identificou que em todas as faixas etárias houve queda do faturamento devido às medidas de isolamento social.

 

De acordo com a pesquisa “O impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios”, os empreendedores seniores amargaram mais prejuízos, uma vez que para 46%, os negócios funcionavam somente com a presença do empresário. 

Por outro lado, 35% dos empreendedores com até 35 anos passaram a utilizar ferramentas digitais.

 

A internet tem sido o caminho percorrido pelos empresários jovens para manter o negócio ativo. 

A pesquisa mostrou que esse perfil optou pelas vendas online, principalmente pelas redes sociais. 

Na contramão, os empreendedores das faixas de 36 a 55 anos e de 56 anos ou mais. empregaram 3,7 pessoas em média, enquanto os negócios liderados por gestores com até 35 anos mantiveram 3,3 empregados. 

Ainda em relação aos funcionários, os mais jovens foram os que mais utilizaram a medida do governo de redução de jornada e salário, chegando a 20% do total de entrevistados desta faixa etária.

 

Em todas as faixas etárias houve significativa diminuição do faturamento.

A queda maior ocorreu entre os mais velhos, chegando a 71% de perda.

Onde houve acréscimo de receita, os negócios dirigidos pelo público mais jovem chegaram a alcançar 40% de aumento em relação a uma semana normal.

 

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, reforça a importância do levantamento, uma vez que a instituição, o governo e as entidades setoriais podem atuar diretamente nos gargalos apontados, sobretudo relacionados aos perfis selecionados:

 

“A cada novo estudo direcionamos melhor os esforços do Sebrae para apoiar todos os pequenos negócios do país”. 

“Reforço o otimismo dos jovens empreendedores, uma vez que, questionados sobre quanto tempo deve demorar para a economia voltar ao normal, as respostas foram de 10 e 11 meses, considerando gestores de até 35 anos e as faixas etárias de 36 anos em diante”.

 

Perfil dos entrevistados

 

O público com até 35 anos é composto majoritariamente por Microempreendedores Individuais (MEI) com maior participação do total de entrevistados nas áreas de comércio e serviços, conforme identificou a amostragem do Sebrae. 

Em relação ao gênero, 53% do empresariado mais jovem é composto por mulheres

Considerando o grau de instrução dos entrevistados, entre os empreendedores mais velhos está a maior proporção de pessoas com baixa escolaridade.

São 18% que obtém ensino médio incompleto ou menos.

No entanto, nessa faixa etária é quando os empreendedores mais arrecadam. 

Os mais novos faturam R$ 23,3 mil e os empresários com 56 anos ou mais chegam aos R$ 32,6 mil.

 

Acesso ao crédito

 

Considerando os perfis entrevistados na pesquisa do Sebrae e FGV, o público mais velho, dos 56 anos em diante, é o que mais costuma buscar empréstimos (63% do total) e também os que mais conseguem acesso ao crédito (49%). 

Enquanto os jovens se recusam a procurar crédito, até por terem mais dificuldade pela falta de garantia e avalista. 

Empréstimos sem juros seria a medida mais demandada ao governo, em todas as faixas etárias.

De acordo com outro levantamento do Sebrae, atualizado em 22 de maio, 149 linhas de crédito estavam disponíveis para as micro e pequenas empresas em instituições bancárias, privadas e em cooperativas em todo o país.