CORONAVÍRUS

Ex-aluno da Escola Técnica Tupy desenvolve solução para ajudar pacientes com Covid-19

03/05/2021 13:30:00

Ex-aluno da Escola Técnica Tupy desenvolve solução para ajudar pacientes com Covid-19

O ex-aluno da Escola Técnica Tupy, Guilherme Thiago de Souza, egresso do curso Técnico em Automação Industrial e hoje doutorando do Departamento de Pneumologia da Faculdade de Medicina de São Paulo (USP), desenvolveu uma solução para auxiliar pacientes com Covid-19. 

Proprietário da empresa paulista Roboris, o joinvilense foi o responsável pelo desenvolvimento da BRIC – Bolha de Respiração Individual Controlada, desde o desenho, montagem e testes. 

Trata-se de um capacete para ventilação não invasiva.

Foi criado para auxiliar na oxigenação de pacientes graves com Covid-19.

É o único dispositivo com este tipo de tecnologia fabricado no Brasil.  

Hospitais e empresas de táxi aéreo responsáveis pelo transporte de pacientes vítimas do coronavírus já estão fazendo uso da BRIC. 

Até o momento, mais de 3 mil unidades foram distribuídas em 15 estados brasileiros, inclusive Santa Catarina.  

Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o dispositivo melhora a ventilação e oxigenação dos doentes, evitando a intubação em muitos casos. 

Além disso, o capacete tem um sistema de vedação, o que dá mais segurança aos profissionais de saúde em contato com o paciente. 

O dispositivo vem sendo comercializado pela Life Tech Engenharia, empresa criada especialmente para este projeto. 

Algumas unidades da Bolha de Respiração Individual Controlada já foram enviadas para o Chile e há conversas com outros países da América Latina, mas o engenheiro garante que o objetivo neste momento é atender a demanda nacional.  

Neste semestre, os cursos oferecidos pela ETT são os técnicos em mecânica industrial, metalurgia, plásticos, química, informática e edificações.

Para saber mais, acesse o site.

Veja o que Guilherme Thiago de Souza comenta:

“Tudo começou com a vontade de dar à sociedade uma devolutiva daquilo que sei fazer, daquilo que nós, engenheiros, aprendemos”. 

“No início da pandemia, em 2020, levei essa provocação ao Cluster AeroEspacial em São José dos Campos, onde há uma rede de colaboração e sinergia entre empresas voltadas à inovação e tecnologia”. 

“Durante o processo de estudo, encontramos a teoria da ventilação não invasiva, e nela o conceito de helmet, que existe desde a década de 1980, mas que infelizmente não estava disponível no Brasil”. 

“Foi então que começamos o processo criativo, construtivo e operacional da BRIC. O primeiro protótipo ficou pronto em 40 dias.” 

Na avaliação do engenheiro da Computação, o curso técnico também foi importante durante a graduação:

“As bases práticas já estavam consolidadas e me ajudaram na aplicação real dos conhecimentos”. 

“Ao longo da minha jornada percebi que outros profissionais com carreira de destaque trilharam esse mesmo caminho: primeiro os cursos técnicos, depois engenharia ou outra graduação”. 

“Ao concluir o curso na ETT, trabalhei na área de projetos em uma empresa de automação em Joinville”. 

“Dois anos depois, fui convidado para atuar na assistência técnica em uma companhia líder mundial em robôs industriais, a japonesa FANUC”. 

“Foi então que comecei a trajetória em São Paulo, me tornando gerente de serviços da América Latina e, mais tarde, engenheiro de suporte de projetos”. 

“Após 5 anos na empresa, decidi abrir uma empresa de engenharia com dois amigos chilenos”. 

“Assim nasceu a Roboris, hoje consolidada no meio aeroespacial em parceria com a Embraer e outras empresas dos Estados Unidos, Japão e Inglaterra”. 

“Atualmente, nossa companhia faz parte do Cluster Aeroespacial, um conglomerado de empresas estratégicas para o setor e integra a ABINDE (Associação das Indústrias de Materiais de Defesa)”.  

O diretor da Escola Técnica Tupy, Flavio Sartori, diz que é um orgulho acompanhar a trajetória dos egressos da instituição:

“Ver profissionais como o Guilherme fazendo história no país nos enche de satisfação e alegria”. 

“Ficamos honrados em saber que contribuímos na formação de pessoas que hoje estão fazendo a diferença e, com seu conhecimento e generosidade, podem oferecer algo grandioso à sociedade”. 

“É nisso que acreditamos, que é possível transformar o mundo pela educação e não há palavras para descrever nosso orgulho quando assistimos nossos ex-alunos em voos dessa magnitude”.