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Estudantes do Colégio Bom Jesus de Itajaí criam sistema descontaminador de esponjas de louça

26/08/2021 13:00:00

Estudantes do Colégio Bom Jesus de Itajaí criam sistema descontaminador de esponjas de louça

As alunas do Colégio Bom Jesus de Itajaí, Maria Clara Duvoisin e Maria Eduarda Steil da Silva, criaram um sistema de descontaminação de esponjas de louça. 

A dupla fez vários testes até chegar a um líquido feito com clorixidina, plantaren e lavanda (essa última substância é para dar odor agradável à mistura) que finalmente se mostrou satisfatório para a descontaminação. 

A ideia é evitar a transmissão de bactérias por meio das esponjas, que são verdadeiras moradias desses seres vivos. 

Agora, as estudantes vão buscar laboratórios que possam viabilizar o sistema, na prática, com o protótipo de um objeto biodegradável que acondicione a esponja e o líquido, além de mensurar os índices de descontaminação.

As duas alunas estão no 8.º ano do Ensino Fundamental, mas iniciaram a pesquisa no 7.º ano, durante o Programa de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus. 

Por meio dele, os estudantes escolhem a área de pesquisa que querem explorar com estudos teóricos e práticos. 

Nesse caso, elas preferiram buscar algo que auxiliasse na preservação do meio ambiente e da saúde.

Durante a pesquisa teórica, a dupla concluiu que há cerca de 362 mil espécies de bactérias e 82 bilhões de micróbios que podem “habitar” uma polegada cúbica de esponja.

Portanto, transmite várias doenças, como diarreia, dor de cabeça, pneumonia e infecção urinária, por exemplo. 

Na fase prática da pesquisa, as meninas fizeram alguns testes de descontaminação que não surtiram resultados satisfatórios, como colocar a esponja molhada no micro-ondas, fervê-la ou mergulhá-la em água sanitária. 

No caso da água sanitária, as estudantes constataram que, além de a esponja não ser descontaminada, o líquido ainda prejudicava a pele.

Depois, testando alguns líquidos, chegaram à fórmula de clorixidina, plantaren e lavanda, que se mostrou útil, embora elas ainda não saibam quantificar exatamente a porcentagem de descontaminação. 

No laboratório, as alunas pretendem montar um objeto biodegradável que possa acondicionar a esponja e o líquido e também mensurar a porcentagem de descontaminação. 

O coordenador do Programa de Iniciação Científica do Colégio Bom Jesus, Adalberto Scortegagna, comenta que a fase em que a pesquisa das alunas está já é bastante rica e que mensurar a descontaminação será um importante passo. 

Neste ano, o professor Paulo Henrique Schlickmann é o responsável pela continuidade do estudo realizado pelas alunas.

O professor do Colégio Bom Jesus e orientador da dupla, Leonardo Geisel, explica:

“O Programa de Iniciação Científica é uma grande oportunidade para os alunos, pois permite que eles evoluam como pesquisadores, seguindo todos os passos de uma metodologia científica para desenvolver o projeto". 

“Sem falar que aumenta a percepção dos jovens em relação ao mundo, pois iniciam seus trabalhos com base na observação de tudo que ocorre no seu entorno”. 

“A ideia de pesquisa das meninas surgiu dentro da casa de uma das pesquisadoras, cujos pais são dentistas e pesquisavam maneiras de descontaminar escovas de dente”. 

“Por meio da observação do mundo, eles levantam hipóteses até resolver o problema que se propuseram a solucionar”.

Para a gestora do Colégio Bom Jesus em Itajaí, Julia Martinez, o trabalho com a iniciação científica é fundamental no Colégio, na medida em que coloca o aluno no papel de protagonista.:

“É o aluno que busca o aprendizado, ele é o agente do saber. Então, a motivação é muito grande. Uma pesquisa com grande relevância ao meio ambiente, como a das esponjas − que envolve saúde e reaproveitamento de materiais −, só vem a somar em benefícios para a sociedade".