PESQUISA

Fapesc lança edital de R$ 1,8 milhão para pesquisas relacionadas ao carvão mineral

08/09/2021 12:00:00

Fapesc lança edital de R$ 1,8 milhão para pesquisas relacionadas ao carvão mineral

Pesquisadores de Santa Catarina que estudam materiais e tecnologias para uso do carvão mineral, vão receber investimento de R$ 1,8 milhão nas próximas semanas. 

Os recursos são do fundo criado a partir da arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM). 

Já a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) é responsável por lançar a chamada pública e fazer a seleção das propostas. 

Nesta edição, serão contemplados três projetos de até R$ 600 mil cada. 

O dinheiro pode ser usado no custeio da pesquisa (até 80% do valor total) e no pagamento de bolsas de R$ 450 a R$ 800 para alunos com vulnerabilidades sociais (até 20% do orçamento). 

A Fapesc já publicou o edital 35/2021 no site e na plataforma

Quem tiver interesse em participar, pode submeter o projeto até 20 de setembro. Para saber mais, acesse www.fapesc.sc.gov.br ou envie e-mail para [email protected]

 Quase R$ 11 milhões em novas pesquisas

Desde 2008, foram lançados cinco editais com recursos da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, totalizando quase R$ 11 milhões em novas pesquisas.

O maior investimento foi realizado na chamada pública 08/2013, que destinou R$ 5.047.620,00 para um projeto desenvolvido pela SATC (Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina). 

Hoje, na instituição, as pesquisas relacionadas ao carvão mineral estão entre as de maior relevância. 

Os recursos foram usados para montar um laboratório de ponta no Sul do estado. 

Dentro desse laboratório, a equipe liderada por Thiago Fernandes de Aquino trabalha em duas grandes áreas: uma para reaproveitamento dos resíduos do carvão e a outra para diversificar o uso do mineral e, ao mesmo tempo, reduzir a emissão de CO²:

Já o último edital, lançado em 2019, distribuiu recursos entre seis projetos de três instituições de ensino superior: a SATC, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). 

Um dos estudos da Unesc, por exemplo, prevê o desenvolvimento de materiais a partir dos rejeitos do carvão para produção de células fotovoltaicas, reforçando a produção de energia elétrica. 

 O reitor da SATC, Carlos Antônio Ferreira, diz: 

“São projetos que envolvem tanto o uso, quanto a sustentabilidade. Ligados à geração de energia, captura de CO2, geração de novos negócios e produtos a partir dos rejeitos. Enfim, toda uma gama de projetos que é desenvolvida a partir da cadeia produtiva do carvão”. 

“Há pouquíssimos centros de pesquisa no país que estudam esse mineral e somos referência, queremos continuar sendo relevantes nesse processo".

Thiago Fernandes de Aquino comenta:

“Já desenvolvemos produtos que estão em fase elevada de maturação tecnológica, que seguem em testes e que poderão ir para o mercado brevemente. Outros estão em fases iniciais de estudo”. 

"Um dos projetos que está em andamento é o da planta piloto de captura de CO2, que entra em uma nova fase de testes. Também produzimos a zeólita a partir da cinza do carvão. Ela é um adsorvente utilizado no projeto de captura de CO2.”

O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon, destacou:

“É fundamental encontrar soluções inovadoras que envolvam tecnologias limpas, novos modelos de negócios e políticas públicas integradas, de forma a contemplar todos os setores, atrair investimentos e acelerar a geração de empregos nas regiões”. 

“O Projeto de Lei em tramitação é resultado de um trabalho em conjunto. Ressalto sempre que o carvão não é o vilão, é preciso encontrar soluções sustentáveis para o mineral e para a continuação dos empregos das famílias, que hoje dependem do carvão para sobreviver. Neste processo, é muito importante que ninguém fique para trás; por isso, uma transição justa”.