EMPRESAS
Sucessão familiar: empresas têm o desafio de preparar próximas gerações para continuidade do negócio
26/05/2021 11:00:00
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que 90% dos negócios do país são empresas familiares.
O segmento representa 65% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e 75% dos empregos no país são em empresas familiares.
Mas apesar da representatividade no cenário econômico, o nicho ainda tem grandes desafios.
Talvez o maior deles, segundo especialistas, seja a preparação para a sucessão do negócio.
Dalton Sardenberg, professor da Fundação Dom Cabral, comenta que é de extrema importância que os integrantes de uma empresa familiar se preparem ao longo da vida para o processo sucessório.
Estudos apontam que 70% das empresas fecham as portas após a morte do fundador e somente 5% delas chegam à terceira geração.
Por isso, o investimento em programas de capacitação voltados para formação de líderes e com vistas em qualificar cada integrante da família para o seu cargo dentro da empresa pode ser uma saída bastante eficaz para a saúde corporativa.
Dalton destaca que os futuros sucessores têm uma responsabilidade prévia ainda maior e a vantagem de usar o tempo a seu favor para se capacitar ao cargo.
Em Santa Catarina, há o Programa para o Desenvolvimento do Acionista e da Família Empresária (PDA), realizado pela Fundação Fritz Müller (FFM), em parceria com a Fundação Dom Cabral, uma das melhores escolas de negócios do mundo, para auxiliar com estas questões.
De acordo com Fernanda Silveira, diretora comercial da Frechal Construções e Incorporações Ltda, a participação dos integrantes da família em um programa de capacitação foi imprescindível para a manutenção da empresa:
“Fizemos uma excelente escolha ao optar pelo PDA. Após o curso tivemos mais clareza para tomadas de decisão, integração das famílias no processo e entendimento do papel de cada um, bem como processos bem definidos e melhoria no relacionamento".
"Fizemos o curso com cinco membros da nossa família, alguns executando função dentro da empresa e outros não, e com muita maestria todos os professores souberam trabalhar muito bem o papel de cada um na organização familiar”.
Dalton Sardenberg ressalta ainda que a sucessão familiar requer planejamento a longo prazo e precisa ser formalizada, inclusive com os amparos legais que o assunto requer:
“Um processo bem estruturado e transparente torna a rotina das relações familiares no âmbito profissional mais harmoniosas, facilita a performance empresarial e preserva a continuidade dos negócios familiares”.
"Em qualquer empreendimento, profissionalizar a gestão garante fluidez e desenvolvimento. No caso das empresas familiares, estar atento à construção de uma base sucessória congruente indica o fortalecimento do negócio e uma gestão mais segura".
“A manutenção das operações depende do sistema gerencial que comanda a empresa. Se esse sistema está definido com estratégias organizadas, com a definição do papel de cada agente, a sucessão familiar acaba sendo algo natural e com impacto praticamente zero dentro e fora da corporação”.
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