Artigo: fintechs revolucionaram o mercado financeiro e a sua vida tamb�m

27/06/2019 15:00:00

Por Jos� Henrique Kracik da Silva, fundador da PagueVeloz

Artigo: fintechs revolucionaram o mercado financeiro e a sua vida tamb�m

Por José Henrique Kracik da Silva
Empreendedor e fundador da fintech PagueVeloz

 

Elas começaram tímidas e, como num rastro de pólvora, transformaram o mercado financeiro como conhecíamos. As fintechs, startups que trazem as mais diversas soluções que visam desburocratizar o segmento, já são mais de 600 só no Brasil, de acordo com o radar do Fintech Lab.

Para muitas pessoas, especialmente as mais jovens, parece inimaginável que há alguns anos qualquer serviço relacionado à conta bancária, crédito, pagamentos ou empréstimos só poderia ser feito presencialmente. E ainda mais inimaginável é pensar que a disrupção do mercado parecia impossível, já que até meados de 2012 apenas os grandes bancos atuavam no país.

Mas foi a partir da visão de mercado de empreendedores dispostos a criar opções inovadoras e simplificadas que a gestão financeira de milhares de pessoas descomplicou. E ainda impactaram as grandes instituições, que precisaram correr atrás da máquina, buscando oferecer recursos semelhantes aos que as startups começaram a ofertar.

Abrir uma conta agora pode ser online. Pedir empréstimo, gerir as finanças, receber os pagamentos dos clientes para a sua empresa também. Tudo no celular, zero burocracia. As transações bancárias via mobile banking, inclusive, já ultrapassam um terço do total realizado no Brasil, de acordo com a pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2018.

Havia quem condenasse as fintechs como novas bolhas do mercado, com o receio de que aquela facilidade toda fosse blefe e que em pouco tempo a economia não suportaria tanta gente conseguindo facilitar a vida financeira. Mas não precisa comprovar renda? Não tem data fixa para quitar o saldo devedor do crédito tomado? Não precisa ter conta em banco tradicional para emitir boleto? Não!

Todo esse movimento de inovação não criou apenas unicórnios (expressão utilizada para designar startups avaliadas acima de 1 bilhão de dólares), mas também um novo perfil de consumidor. O cliente de serviços financeiros já não aceita mais processos extremamente complicados e burocráticos, o empreendedor não quer mais colocar em risco a possibilidade de crescer por conta da falta de oportunidades de crédito. O que vemos são consumidores cada vez mais conscientes, que além de optar por facilidade, estão criando uma nova forma de se relacionar com as finanças.

A facilidade das fintechs não criou uma bolha, mas desenvolveu o anseio e a busca do consumidor de todo o mundo pela gestão financeira. Cada vez mais entendemos que a facilidade precisa estar alinhada com a responsabilidade. Cuidamos do nosso patrimônio para garantir a subsistência do todo.

Em um cenário cada vez mais conectado, em que há pressa para se efetuar os serviços e ninguém tem tempo a perder em filas de bancos, a expectativa é que a atuação das fintechs cresça ainda mais. Seja para o empreendedor ou para o consumidor final, o saldo é, sem dúvidas positivo. Seguimos inovando, transformando a tecnologia em um ponto a favor de uma rotina menos complicada.