Especialistas comentam sobre como as empresas podem escapar da crise
19/05/2020 11:00:00
A crise econômica provocada pela pandemia do coronavírus vai prejudicar companhias de todos os tamanhos e segmentos.
O tamanho do impacto sobre cada negócio é variável.
Os impactos podem exigir desde a reorganização do caixa até a tomada de empréstimos, o corte de colaboradores ou outros ajustes mais profundos.
Justamente por isso, o advogado da Cavallazzi, Andrey, Restanho e Araújo Advocacia, Marcos Andrey de Sousa, especialista em recuperação de empresas, diz que é importante que os gestores dediquem parte importante do tempo para avaliar a situação atual da organização:
“Esta é uma medida essencial para antecipar cenários e traçar estratégias adequadas para sobreviver a esse momento e voltar a crescer no pós-Covid 19”.
“No primeiro momento, o essencial é fazer um diagnóstico, também chamado no jargão de due diligence”.
“O diagnóstico deve levar em conta o passivo (endividamento) e os ativos da empresa e constatar se há viabilidade, mediante a verificação da capacidade de geração de caixa ou venda de ativos”.
“Por fim, a análise deve indicar o momento e a ação mais adequados para a recuperação”.
Segundo Marcos Andrey, não existe remédio genérico ideal, que possa ser aplicado a qualquer empresa, em qualquer situação:
“Existe aquele mais adequado para o caso concreto. Inúmeros planos de ação podem ser adotados”.
“Podemos destacar a modificação do perfil do negócio para adequação à nova realidade, a negociação com credores específicos e estratégicos, seja pelo comprometimento da dívida, seja pela necessidade de continuidade de parcerias essenciais e a negociação coletiva e extrajudicial com os credores (standstill agreement)”.
Marcos Andrey diz ainda que é preciso manter a calma:
“A reação imediata e desordenada do empresário ao se deparar ou antever a crise, sem a devida orientação jurídica, contábil e financeira, pode levar a realização de negociações com o comprometimento patrimonial da empresa e dos bens pessoais dos sócios de tal forma a inviabilizar a adoção futura e um meio eficiente de recuperação”.
O contador e especialista em Governança Corporativa, Sílvio Parodi diz que a avaliação da empresa precisa ser complementada por uma análise do cenário:
"Um olhar para o funcionamento da cadeia produtiva, a partir do mercado consumidor, pode ser excelente para direcionar as estratégias”.
“De qualquer modo, espera-se que a empresa esteja organizada, mesmo com a crise, mediante amplo domínio e controle do seu posicionamento interno”.
“Riscos e limites do negócio, capacidade de recuperação, fraquezas e potencialidades eventuais para aproveitar oportunidades, entre outras".
Parodi acrescenta que os planos devem levar em conta também o tempo de implementação:
"Implementar decisões estratégicas adequadas e em tempo hábil pode representar a sobrevivência ou a falência”.
“Medidas como recuperação extrajudicial ou judicial se mostram remédios jurídicos que devem ser considerados, no sentido de evitar o agravamento financeiro e econômico, para permitir tempo razoável para a retomada do negócio".
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Cavallazzi - Cavallazzi, Andrey, Restanho & Araújo Advocacia Empresarial
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