Uma em cada cinco empresas de SC planeja investir j� durante a pandemia

29/07/2020 14:20:00

Uma em cada cinco empresas de SC planeja investir j� durante a pandemia

Nesta quarta-feira (29), foi divulgada a 4ª edição da pesquisa Impacto do Coronavírus nos Negócios de SC.

A pesquisa foi realizada pelas federações empresariais da Indústria (FIESC), do Comércio, Serviços e Turismo (Fecomércio-SC) e pelo Serviço de Apoio Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (Sebrae/SC).

 

Confira os dados da pesquisa:

 

  • São 18,9% das empresas entrevistadas que informam estar em busca de crédito para novos investimentos e projetos. É um percentual significativo, pois contrasta com a estimativa de perda de faturamento que totaliza R$ 36,7 bilhões nos setores pesquisados. O valor representa 8,4% do PIB estadual. 

  • Essa redução é de R$ 15,3 bi no comércio, R$ 12,8 bi nos serviços e R$ 8,6 bi na indústria.

  •  A análise anterior apresentava que até o final de abril a perda de faturamento em todos os setores tinha sido de R$ 19,6 bilhões.

 

A pesquisa apresentada mostra o retorno das atividades econômicas:

 

  • Com adaptações, 87,5% das empresas já retomaram as atividades, embora de maneira desigual entre os portes, visto que o micro e pequeno negócio apresentam maiores dificuldades. 

  • O levantamento mostra que 25% das empresas estão com o funcionamento normalizado, 40,5% se readaptaram e 21,8% estão com produção reduzida. 

  • No outro lado, 11% estão fechadas temporariamente e 1,5%, definitivamente.

 

Em linha com os dados divulgados esta semana pelo Ministério da Economia, o estudo realizado registra um movimento de retomada do emprego:

 

  • Caiu o número de empresas que reduziram o quadro e aumentou a quantidade daquelas que geraram mais postos de trabalho. 

  • Na primeira edição da pesquisa, três em cada quatro (76,8%) empresas catarinenses mostraram ter reduzido a quantidade de trabalhadores contratados. Na atual medição, esse índice caiu praticamente pela metade e agora são 36,9%. 

  • Na outra ponta, 10,1% das empresas dizem ter aumentado seus quadros. Trata-se de um volume significativamente maior do que o de 1,6% registrado na terceira edição e que já representava o dobro dos levantamentos anteriores. 

 

O acesso ao crédito é crucial para a manutenção ou retomada das atividades, no entanto, apenas uma em cada três empresas que buscaram, obtiveram empréstimo:

 

  • No total, 45,1% das empresas consultadas disseram ter procurado financiamento e somente 16,6% do total o obtiveram. 

  • Os entrevistados consideram que o acesso ao crédito poderia ter evitado as falências registradas durante a pandemia. O levantamento indagou os motivos dessas falências e as respostas indicam que 48% foram motivadas pela pandemia (redução de faturamento).

  • Das demais, 12% são atribuídas a outros problemas não relacionados à pandemia e 40% pelo fato de as empresas já estarem em situação delicada, agravada durante a ocorrência da Covid-19. 

  • Neste contexto, 36% das entrevistadas afirmam que as falências poderiam ter sido evitadas caso houvesse acesso ao crédito.

  • Além do objetivo de realizar novos investimentos e projetos, os principais motivos para a busca de crédito são para fluxo de caixa (58%), pagamento de custos fixos (32,4%) e pagamento da folha e salários (20,3%).

 

Micro e pequena empresa

 

Em relação aos pequenos negócios, as atividades mais prejudicadas são dos segmentos da economia criativa, como atividades culturais e artísticas, transportes escolares e turísticos, e eventos. Nesses ramos, seis em cada dez empresas seguem fechadas. 

 

O diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro, destaca que a situação dessas empresas é a mais dramática:

 

“Sabemos que os segmentos devem ser os últimos a voltar com atuação completa e, consequentemente, os últimos a se recuperarem economicamente”. 

“Por isso é importante olharmos para esses negócios e buscarmos auxiliar na criação de soluções inovadoras que os ajudem a passar por esse período de crise”.

 

O estudo revela também a primeira recuperação de empregos nas micro e pequenas empresas desde o início da pandemia:

 

  • O percentual de empresas que estão demitindo caiu de 37,7% para 21,8%, enquanto 4% têm saldo positivo de empregados. O segmento também se valeu das prerrogativas da MP 936/2020. 

  • No faturamento diário, os pequenos negócios tiveram uma queda de 77% até o dia 12 de abril, período em que as restrições de isolamento social eram mais intensas. 

  • A partir daí, as pequenas empresas vêm se recuperando com a volta gradual do funcionamento das atividades, tendo acumulado 58,1% de aumento no período até junho. 

  • Da mesma forma, a pesquisa mostrou ainda que o acesso ao crédito vem aumentando com uma maior taxa de sucesso na obtenção de empréstimos na rede bancária, sendo que um a cada três pequenos negócios conseguiram empréstimo, incremento de 13% na taxa de sucesso.

 

O diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca, comenta:

 

“Esses números são fundamentais para mostrar que, apesar das dificuldades, as políticas públicas adotadas até o momento estão surtindo efeito e apoiando os empresários”. 

“O caminho ainda é longo, mas as medidas de apoio aos pequenos negócios já começam a mostrar resultados”. 

 

Sobre o comércio e serviços, o presidente da Fecomércio, Bruno Breithaupt, analisa:

 

“Com a leve recuperação do comércio e a contínua dificuldade dos serviços, os dados demonstram a necessidade de elaborar alternativas para a retomada segura da economia”.

“A pesquisa também atua como instrumento para a construção de uma gestão estratégica e de políticas integradas para essa retomada segura das atividades, observando as questões econômicas, sociais e de saúde pública”. 

“Identificando pontos críticos e áreas mais sensíveis, permitindo o direcionamento assertivo dos esforços para os setores mais fragilizados”.

 

Indústria

 

  • O levantamento ouviu 445 indústrias e mostra que cerca de 32% dos estabelecimentos do setor realizaram algum tipo de adaptação no processo produtivo para a retomada das atividades. 

  • Cerca de 40% do segmento está com redução na produção, um percentual bem inferior aos 68% da edição anterior.

  • Há uma queda estimada em 19,9% na produção industrial desde 17 de março, com retração de R$ 8,6 bilhões na produção industrial, sendo R$ 7,7 bilhões nas vendas ao mercado interno e R$ 790 milhões nas exportações. 

  • Quanto ao acesso ao crédito, em torno de metade das empresas do setor entrevistadas disse não ter buscado financiamento. Entre as demais, uma a cada duas empresas não obteve sucesso.

  • Conforme a análise, a indústria foi a que mais utilizou as prerrogativas da Medida Provisória 936/2020, afetando 40% dos empregos do setor. 

  • Segundo os resultados do levantamento, 40% das indústrias suspenderam contratos de trabalho no período. Já a redução de jornada e de salário foi adotada por 42% das empresas do setor, ou seja, 24,3% dos trabalhadores.