Inova��o na ind�stria da moda no cen�rio p�s Covid-19

18/08/2020 17:00:00

Inova��o na ind�stria da moda no cen�rio p�s Covid-19

A indústria da moda, por sua natureza mais vulnerável, é uma das mais afetadas pela pandemia do coronavírus. 

Segundo dados do Infomoney, referente ao final do mês de março deste ano, a indústria têxtil teve uma queda de 91%.

Isso se deve ao fechamento do comércio de serviços não essenciais, a crise econômica causada pelo desemprego e pela paralisação da atividade de produção.

 

No mercado da moda há 15 anos, o especialista em marketing e branding e sócio-proprietário da Nexia BrandingD.J. Castro já colaborou com marcas conhecidas como Beagle, Von der Volke, Dudalina e entre outras.

Ele analisa que, ao mesmo tempo em que a indústria da moda é uma das primeiras a serem afetadas, é também uma das que mais tem chances de se reinventar e responder rápido ao "novo normal". 

 

D.J Castro conta que as marcas que tem tido mais sucesso nesses tempos complexos são as que tem por trás uma cultura de inovação:

 

“Muito mais do que ter um setor de inovação, a cultura é fundamental para construir um ambiente favorável ao desenvolvimento de ideias e a criação de novas propostas de valor para o mercado”. 

“As empresas que têm a cultura inovadora sempre conseguem sair na frente e reagir com mais rapidez às mudanças de mercado”.

“Para muitas empresas esse novo normal significará o desaparecimento. Quando um setor tem um choque de demanda e os consumidores não podem mais consumi-lo, infelizmente é preciso se reinventar e buscar novas formas de existir, e isso se chama inovação”.

 

Para Castro, as empresas que inovarem, entrarem para o online e planejarem, irão sair na frente:

 

“São essas empresas que conseguem unir as pessoas para repensar as estratégias, reconfigurar os recursos, se reconectar com o público para gerar novos negócios, mesmo na crise”. 

“Para atender as mudanças de comportamento dos consumidores e suas novas necessidades, é necessário inovar em produtos e serviços, criar novos processos, desenvolver novos mercados e repensar os modelos de negócios”.

 

O especialista cita alguns exemplos de marcas catarinenses que inovaram em meio à crise econômica da Covid-19:

 

Free Force

 

A Free Force é uma empresa genuinamente brasileira, que tem sede em Pomerode. 

É uma loja de roupas e acessórios de alta tecnologia para ciclistas. 

 

D.J Castro explica que atuou diretamente no marketing digital da empresa buscando enxergar a demanda do público alvo:

 

“Andar de bicicleta virou um prática de lazer na pandemia pois é uma esporte que permite diversão e que não causa aglomero social”.

“Pensando nisso, foi feita a reestruturação de estratégias da empresa, buscando ter uma equipe de vendas mais especializada e próxima do cliente, resultado em um aumento efetivo de demanda para produtos de ciclismo ofertados pela merca”. 

“Para gerar mais resultados, também foram feitos conteúdos específicos para as redes sociais, com promoções para se conectar com o consumidor final”. 

“O resultado foi o crescimento do engajamento do público, especialmente no início da crise”. 

“A marca evoluiu no relacionamento com os clientes, lançando novos produtos, intensificando o engajamento nas redes sociais com uma equipe de atendimento e comercial mais presente e disponível para lojistas, gerando, assim, um crescimento de mais de 50% nas vendas diretas”.

 

Bandana Brasil

 

Produto simples, de alto apelo e giro rápido, a Bandana Brasil, empresa de Pomerode, foi criada no meio da pandemia para vender bandanas e acessórios criativos. 

A empresa desenvolveu uma bandana multiuso que pode ser utilizada, inclusive, como máscara e atende atletas que precisam respirar melhor durante a prática de esportes, e que não se adaptaram com o uso de máscaras de tecido coladas ao rosto. 

A empresa começou as operações em maio de 2020 e já está vendendo nas regiões sul e sudeste, em dezenas de lojas.

 

O especialista comenta:

 

“A Bandana Brasil foi um negócio criado do zero em plena pandemia do novo Coronavírus”. 

“Ela veio da necessidade do público, algo multifuncional que serve como máscara e bandana”.

“Ao auxiliar no desenvolvimento e estratégias da marca, foi possível desenvolver identidade e conceito, bem como a abordagem de venda”. 

 

Flanela Outfog

 

A Outfog, empresa de Blumenau, desenvolveu uma flanela com características específicas para resolver um problema que surgiu com a obrigatoriedade de uso das máscaras. 

A flanela possui compostos orgânicos que não permitem que as lentes não fiquem embaçadas.

 

Recomendada para óculos de grau, óculos de sol, óculos de natação, visor de capacete, vidro de carro e óculos de snowboard, a flanela antiembaçante possui boa aderência na lente por até 36 horas, e pode ser utilizada por até 500 vezes. 

O produto foi lançado em junho de 2020 e já está sendo vendido em centenas de lojas em todo território brasileiro. 

 

O produto se transformou em um chamariz de clientes para as óticas que tinham movimento reduzido após a quarentena e conseguiram atrair mais clientes para conhecer a novidade.

 

Castro comenta:

 

“Essa marca também nasceu da necessidade do público, tanto das óticas como das pessoas que utilizam óculos”. 

“A estratégia inicial foi focada nas óticas, sendo uma marca de produtos inovadores. Nesse processo, com a orientação estratégica, suporte e consultoria, desde que a flanela foi lançada, já são mais de 200 mil unidades vendidas e cerca de quatro mil pontos de venda distribuídos em todo o Brasil”. 

“Atendendo uma necessidade imediata, a flanela já está no top 10 da Loja Integrada, plataforma de e-commerce para criação de lojas virtuais voltada para pequenas e médias empresas”.